Reflexões pessoais sobre os 200 anos de Bakunin
cesarsatori
Quando leio Bakunin fico meio irritado, porque ele, de certa forma, avisou sobre muitos erros que cometemos!
O pensamento é demasiadamente simplista, mas quero compartilhar com vocês mesmo assim:
Me parece que as pessoas notaram as merdas que o capitalismo ia e já estava trazendo e tentaram achar soluções, mas que Bakunin foi um dos poucos que entendeu que o problema está, também na hierarquia e no Estado. Daí a galera, teve medo de romper com o sistema, medo das mudanças mais radicais, imagino essas pessoas dizendo:
“Calma lá, Bakunin! Lutar contra a burguesia é necessário, mas lutar contra o Estado? Questionar autoridades já é vandalismo, né?”
E até hoje, você lê Bakunin e pensa “Poxa, ele está falando disso que estamos vivendo agora!” ou “Poxa, ele alertou que não funcionaria se não quebrassem com o Estado, se não questionássemos autoridades!”
Apesar de termos bons exemplos de lugares e tempos em que o anarquismo vingou, essa limitação que Bakunin tanto apontou sobre os “revolucionários” foi a ruína de tudo, e continua sendo. As pessoas ainda não entenderam e riem da proposta de ruptura de Bakunin, porque ela vai além, porque ela visa abandonar muita coisa, e as pessoas tem medo de mudanças. Bakunin não queria uma mudança comportada, ou uma mudança onde ele pudesse ter um papel de destaque, ele viu que o mundo estava (e ainda está) de ponta-cabeça e propôs nada menos que uma ruptura completa com tudo que não funcionava!
E até hoje temos Marx como um grande exemplo de revolucionário e Bakunin, assim como o anarquismo, continuam marginalizados, preconceituados e no esquecimento! Afinal de contas, a história é sempre contada pelo lado vencedor.
Hoje prefiro não atacar gratuitamente Marx. Ao meu ver, a proposta dele é uma “meia revolução”, só que não deu “o pulo do gato”, porque não sacou que o Estado é parte do problema. Ele teve seu papel, mas deveríamos ouvir mais Bakunin e menos Marx, mas não continuar cometendo tais erros!